terça-feira, 24 de julho de 2018

7 Regras de Interpretação Bíblica
































































7 Regras de Interpretação Bíblica:


Sendo realista, a compreensão e interpretação das Escrituras não é tão simples como parece, e que vamos começar essa serie de estudos explicando as sete regras básicas de interpretação Bíblica que foi feita por um rabino chamado Hillel.
















1°) Maior e menor peso. (Kal Vachomer)
Quando dois mandamentos entram em tensão de tempo e espaço, o mandamento mais importante toma precedência. Quando existem duas opções por fazer ou obedecer, porém são mutuamente de dois gêneros entre si pela situação deste momento.
















Mateus 12:10 E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados?
Mateus 12:11 E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará?
Mateus 12:12 Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por conseqüência, lícito fazer bem nos sábados.
Mateus 12:13 Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra.
Mateus 12:14 E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem.
Mateus 12:15 Jesus, sabendo isso, retirou-se dali, e acompanharam-no grandes multidões, e ele curou a todas.


Então se a ovelha A é maior que B, (guardar o dia de Repouso) quanto mas C (a vida de um homem) que B (guardar o dia de repouso ). Ou seja, Yeshua não está transgredindo a Lei, o que ele está quebrando é a interpretação legalista do dia de repouso que eles fizeram, porém jamais a Lei de Deus, simplesmente Jesus está estabelecendo uma ordem de prioridades e atuar em base a isto.












2°) Términos semelhantes:

Quando há dois textos separados que têm a mesma palavra, expressão ou raiz, a provisão legal que se tomou um aplicará o seguinte. 
Por exemplo, entendendo o significado do sacrifício do cordeiro no Antigo Testamento, compreenderemos melhor o sacrifício do Cordeiro de Deus. Se entendemos a Páscoa, entenderemos porque Paulo disse que Jesus é a nossa Páscoa.





















3°) Protótipo derivado de um versículo:

Uma passagem ou palavra cuja interpretação é óbvia ou evidente serve como pai para reger os seguintes casos similares.
Por exemplo, o que foi usado para tirar o povo de Israel da escravidão? Pois o sangue do cordeiro, então o necessário para tirar a humanidade do pecado e da escravidão é o sangue de Yeshua. Então, o sangue sempre tem um simbolismo de redenção, perdão, expiação do pecado e outras referências relacionadas.














4°) Por um protótipo derivado de dois versículos atuam como pai ou testemunha textuais.
Para estabelecer qualquer doutrina ou verdade, é preciso sustentá-la com dois versículos (testemunhas), e a mesma Lei estabelecia que era necessário duas testemunhas para dar credibilidade ao testemunho ou palavras de alguém ( Dt. 19:15 ). Por isso que os apóstolos e o próprio Jesus diziam: Como está escrito, para se cumprisse o dito, para colocar como testemunhas os profetas ou Moisés.
Por exemplo, o autor da carta aos Hebreus no capítulo 1:1 ao 13 sustenta que Jesus é superior aos anjos com diversos versículos: ( Sal. 2:7; 2ª Sam. 7:14; Dt. 32:43; Sal. 97:7; Ne. 9:6; Sal. 104:4; Sal. 45:6,7; Sal. 102:25-27; Sal. 110:1)

















5°) Um exemplo geral seguido de outro particular que o delimita ou sistematiza.
Ou seja, referências particulares delimitam ou marcam uma doutrina geral. Por exemplo, em Gênesis 1:27 disse que Deus criou o homem (o geral) a partir do que poderíamos inventar como o fez, porém em Gênesis 2:7 diz que o homem foi criado do pó da terra , e Deus soprou (o particular), e desta maneira o geral (a criação) já ficou limitada pelo particular.













6°) A base de dois textos que se contradizem até que venha um terceiro que esclareça os dois.
Ou seja, quando dois textos ou versículos entram em conflitos, devemos buscar um terceiro texto que traga uma explicação. Isto é um dos típicos ataques contra as Escrituras onde se argumenta que a Bíblia se contradiz, e por tanto não é inspirada por Deus.


















7°) Explicação que se obtém do texto que se estuda.
Sempre devemos estudar um verso em seu contexto e não isolá-lo, e para começar os números de capítulos e versículos como temos hoje em dia em nossas Bíblias foram acrescentados muitos anos depois.
Então, se é uma referência do Antigo Testamento dentro do Novo Testamento, pois devemos estudar forçadamente o contexto dessa referência e depois o Novo para realmente poder compreender. O não fazer isto, podemos chegar a ter conclusões equivocadas.


















Legislação Hebraica:
Um conceito de legislação pode ser: Conjunto de leis, regulamentos e princípios com a finalidade de reger uma sociedade e um país, estabelecer a ordem e promover a paz entre os cidadãos. Então Deus estabeleceu uma legislação para todo cidadão do seu reino, sua finalidade é a de reger a vida daqueles que estão debaixo dela.
E a legislação hebraica se nutre principalmente de duas fontes: a legislação suprema, que é a que conhecemos como a Lei ou a Torah, e a legislação subordinada, que são aquelas normas ou interpretações que se desprendem da lei suprema para dar uma aplicação mas clara a esta e fazê-la mas entendível para todos. 
Temos três grupos de autoridade na Monarquia de Israel:
1°) Anciãos ou juízes, eram os responsáveis dos assuntos civis e da sociedade em geral. O caso de Boaz e Rute é resolvido pelos juízes da cidade. (Rute 4:1-12).

2°) Sacerdotes e levitas eram os responsáveis dos aspectos de caráter religioso, do culto, os sacrifícios e ofertas, mediar entre Deus e seu povo.

3°) Monarquia. Responsabilidade do rei em aspectos judiciais, de pena de morte, líder militar e moral do povo. Exemplo, o rei Salomão ao julgar o caso do bebê das duas mulheres que brigavam por ele (1 Reis 3:16-28)
















A legislação Suprema. É a lei de Deus, os mandamentos que Ele deu para todo cidadão do seu reino, sem exceção devem se submeter a esta autoridade. Esta lei é a Lei que Ele deu a Moisés, a Torah. E esta mesma lei se compõe de 613 mandamentos, onde 248 são positivos e 365 são negativos.











Mitzvá (Strong H4687): significa: Mandamento. Se aplica a todos em geral. 
Edut: do singular de Ed (Strong H5707) o qual significa e se traduz também como Testemunho, ordenança e mandamento. Se refere aos mandamentos que reforçam a identidade do povo de Deus e o diferencia do restante das nações.
Mishpat (Strong H4941): São preceitos, são chamados de mandamentos lógicos ou universais. Exemplo, não matar, honra os pais, não roubar e etc. ou seja, é de óbvia compreensão e universal para qualquer pessoa. 
Chuq (Strong H2706): São estatutos e se refere aos mandamentos não ilógicos. Por exemplo, a vaca vermelha, não cozinhar o cabrito no leite da sua mãe, são mandamentos sem lógica.












A legislação Subordinada. A legislação subordinada é a que trata com princípios prévios, forçada por uma agência de menor grau que a legislação suprema. 












1. Guezera (plural guezerot) 
2. Takaná (plural takanot) 
3. Minchag (plural minchagim)

1.) Guezerot: São mandamentos expressados em ordenanças
(dogmas) tirados de um tribunal competente cuja intenção é criar uma cerca em volta da lei.

E o propósito é proteger a pessoa de pecar, e essas restrições se faziam de forma positiva para que posteriormente o povo fosse mais fiel aos mandamentos, e conseguir que um maior número de pessoas obedecessem a Lei Superior.












Efésios 2:15 Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças , para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz.

Os rabinos enfatizavam algumas medidas para que quando alguém decidisse se converter ou se aproximar da fé verdadeira, a pessoa fizesse de forma seria e formal.


















2.) Takanot: São medidas impostas por uma corte de justiça para proteger o povo em assuntos da fé, com a finalidade de promover a paz e a harmonia na sociedade e distanciar o cidadão de atos proibidos
Os takanot são advertências, diminuir a probabilidade que alguém peque. Por exemplo, a lei estabelece não comer certos alimentos, então os rabinos da época previa a Jesus, para evitar que os judeus falhassem neste mandamento, que é bom, eles estabeleceram que um judeu não podia entrar na casa de um gentio, com a finalidade de se evitar que o gentio oferecesse algo proibido.
Atos 11:2 E, subindo Pedro a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão,
Atos 11:3 Dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos, e comeste com eles.

O problema se deu porque muitos já acreditavam que essas takanot eram mandamentos de Deus, mandamentos da Lei, da Torah e não mandamentos de homens.















Mateus 23:23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
Mateus 23:24 Condutores cegos! que coais um mosquito e engulis um camelo.
Eles eram tão meticulosos em não falhar na Lei, os escribas e fariseus colocavam os líquidos em sua comida para evitar tragar algum mosquito ou isento e transgredir o mandamento de não comer sangue ou animais proibidos pela Lei.
Então, os takanot igual que os guezerot e os minchagim , não são maus, pelo contrário, buscam promover igual que a Lei de Moisés a harmonia, a paz e ensinar o homem a viver fora do pecado. 

Mateus 15:7 Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
Mateus 15:8 Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim.
Mateus 15:9 Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.

O problema principal que se gerou essas takanot contrárias a vontade de Deus, é que as pessoas do povo que não conheciam bem a Torah, viviam condenados pensando que Deus era muito exigente.

Mateus 23:4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem movê-los.
















3°) MinchagimSão costumes e tradições que tem valor legal.
Os costumes são fundamentais para a ordem, harmonia de uma nação e uma sociedade. Tem o propósito de criar identidade e ser um veículo de união e crenças. As tradições são positivas quando estão em harmonia e a vontade de Deus, porém quando se colocam por cima da LEI Suprema se estabelecendo como se diz um ditado : O costume faz a lei , é aí quando devemos rechaçar.
Marcos 7:5 Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar?
Marcos 7:6 E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim;
Marcos 7:7 Em vão, porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens.
Marcos 7:8 Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas.
Marcos 7:9 E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.
Marcos 7:10 Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá.
Marcos 7:11 Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor;
Marcos 7:12 Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe.

Atos 28:17 E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os principais dos judeus, e, juntos eles, lhes disse: Homens irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo, ou contra os ritos paternos, vim contudo preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos;

1 Coríntios 11:16 Mas, se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.

Não existe um povo ou nação que esteja isento das tradições, o Brasil é um país com uma grande riqueza tradicional, essas tradições é o que dá a identidade ao povo brasileiro.
















1- Midrash e níveis de interpretações dentro de uma perspectiva hebraica.

O Midrash é uma palavra hebraica conhecida na linguagem acadêmica como hermenêutica, que significa a maneira de interpretar os textos ou como entender as Escrituras ou a Bíblia.

Antigamente a Torá ficava dentro do Templo e somente os sacerdotes e os levitas podiam estudá-la e ensiná-la. Se alguém quisesse saber a vontade de Deus, iria até o profeta ou sacerdote e perguntaria a ele.

Os Fariseus, no 2º século antes de Yeshua, causaram uma revolução, dizendo que a Bíblia era para todos.














Todos os textos podem ser entendidos de várias formas. Existem quatro maneiras principais de entender um texto.


 1.    O entendimento superficial ou literal, em hebraico "Peshat". 
2.    Interpretação entre as linhas do texto, que é um significado mais profundo, em hebraico "Remez". 
3.    O "Drash" que significa "associação" ou "comparação", pesquisar um significado em conexão entre dois textos. 
4.  O significado secreto escondido ou misterioso, que pode ser compreendido      mediante o conhecimento do autor ou do assunto. Em hebraico "Sod"
A primeira letra dos quatro nomes forma a expressão PaRDeS, que em hebraico significa "Paraíso". Aqui está a base da hermenêutica judaica. É importante entender que os textos bíblicos foram escritos por judeus e que devemos lê-los através dos olhos do povo judeu, através do contexto histórico e do idioma original no qual eles foram escritos.

O texto do Novo Testamento está em grego, mas com sentido hebraico, pois foi escrito por pessoas que não eram gregas que na verdade falavam hebraico.
















2- Os textos do Antigo Testamento têm três famílias de Escritos que sobreviveram:
     1.    Os textos Massoréticos, textos em hebraico antigo, escritos de 500 até 1000 d.C 
     2.    A Septuaginta, que é uma tradução do Antigo Testamento em grego, feita no século III a.C 
     3.  Os Pergaminhos do Mar Morto, descobertos em 1947
Os textos originais não tinham vogais, que surgirem no século VII d.C., então a palavra Edom (Amós 9:12) citada por Tiago em Atos 15:19, é parecida com Adam (Gentios).

Amós 9:12 Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o Senhor, que faz essas coisas.

Atos 15:19 Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.










Existem dois tipos de Midrashim:
Midrash Hagadá: extrair um ensinamento do texto ou da história.
Midrash Halachá: extrair uma lei do texto e como você deve se conduzir de acordo com a Torá.
Tiago fez uma Midrash Halachá, (conduta) para que os gentios fizessem o mínimo da Lei (primordialmente), que corresponde aos mandamentos conhecidos como Leis Noéticas. Podemos aprender dos exemplos dos crentes da comunidade do primeiro século sobre o dízimo, as reuniões, os cultos, o louvor e adoração.

Midrash é a busca por respostas que os textos não trazem diretamente. As cartas de Paulo são divididas em duas partes. A primeira é teológica e a segunda é relativa a assuntos práticos.
































































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